quinta-feira, 27 de março de 2014

RESPOSTA AO PEDIDO DE RENUNCIA

-------- Mensagem original --------
Assunto: RE: Assembleia do LIVRE
De: LIVRE <info@livrept.net>
Para: José_Paz <paz.josefmarecos@gmail.com>
CC:
Caro José Paz,

Lamentamos profundamente a opção de renúncia à Assembleia do LIVRE e até ao estatuto de membro. Aceitamos a opinião do José e sabemos que ainda temos um logo percurso a percorrer nesta aventura dos “partidos”, mas tal como o José, a esmagadora maioria dos membros da Assembleia ou dos restantes órgãos eleitos do LIVRE não são profissionais da política, usam em especial de voluntarismo e da perda de muitas horas de sono na procura de um ideal, que é o de conseguir inverter o caminho de um retrocesso civilizacional iminente. E usamos as únicas armas que todos temos, as da cidadania efetiva.
A história de vida que connosco partilha só prova como é importante a enorme diversidade de experiência e conhecimento dos elementos da nossa Assembleia do LIVRE, tal como muito oportunamente uma jornalista escreveu: “um partido do maquinista ao cientista”.
Quando iniciámos este caminho a única certeza que tínhamos era da quase impossibilidade de nos apresentarmos às Europeias. Mas essa foi a primeira certeza a ser abalada, e bem! O entusiasmo com que fomos recebidos pelas pessoas, de todos os cantos do país, de todo o espectro político, levaram a que em tempo record tivéssemos 9000 assinaturas para entregar ao Tribunal Constitucional. E uns Estatutos aprovados na Assembleia Constitutiva de que fala. E um programa político. E houve um Congresso, e uma Assembleia e regimentos e regulamentos e um Programa para as Europeias. E pela primeira vez na história dos partidos em Portugal, todos os documentos foram abertos à participação dos membros e apoiantes do LIVRE. Haverá maior exercício de democracia?
É certo que o tempo tornou-se de repente escasso, e cerca de 4 meses depois do primeiro suspiro, o LIVRE pode estar à beira de ser legalizado e poder concorrer às Europeias, com candidatos eleitos por primárias abertas, outra estreia em Portugal.
Às vezes as coisas não correm milimetricamente como as programámos, mas essas falhas fazem igualmente parte de um processo que se quer novo e inovador. E para que tenha sucesso precisamos de todos, mesmo dos que aqui e ali discordam.
Gostaríamos que reconsiderasse o seu pedido de renúncia, mas se tal não for possível respeitaremos a sua opção e continuaremos a contar com a sua contribuição que é muito importante para o LIVRE, mesmo que só como apoiante.

Saudações LIVREs

Ofélia Janeiro

A MINHA Resposta à reconsideração de renuncia do Livre

José Paz paz.josefmarecos@gmail.com

13/03
para LIVRE
Grato pela atenção e consideração tal como referi na carta tenho um só rosto o que dei a muitas das pessoas que me confiaram as muitas assinaturas que entreguei ao livre mas como disse no congresso soube como cheguei sei como devo sair uma verdadade me guiou em toda a vida a minha dignidade e o acreditar nas pessoas sinto que o livre começa a seguir um caminho distante da verdade que muitos de nós desejamos ver implantada na nossa democracia. Serei como sempre correcto e respeitarei todos os membros do livre assim como o partido criado .Assumo agora a confiança das muitas pessoas que me tem acompanhado na procura de resgatar a nossa dignidade como seres humanos ,por isso não poderei estar em algo que não vai de encontro as nossas nessecidades mais prementes ,com estas pessoas estamos a formar um movimento cívico que será uma forma de nos mantermos unidos e de trilhar um novo caminho para Portugal feito de pessoas e para pessoas ,quem sabe possamos ter algo em comum no futuro ,por agora não posso nem devo desiludir as dezenas de pessoas que em reuniões em minha casa falei dum projecto de democracia livre mas que não corresponde ao que projectei e transmiti .Talvez seja uma visão minha mas há dois meses que nestas reuniões semanais e numa colectividade de Santarém idealizava-mos formar um núcleo do LIVRE caiu por terra porque fiquei sem argumentos para explicar um programa defendido sem haver entre nós qualquer debate .Assim e perante algumas pessoas que me disseram e com razão que era mais do mesmo que não nos iam ouvir que procuravam apenas um lugar (tacho) e são todos iguais.Não me resta outra alternativa penso que o Livre tem uma batalha pela frente provar não só a mim a muitos portugueses que não e uma franja do Bloco de Esquerda e que realmente vai estar ao lado do povo .Eu tal como fiz quando aderi ao livre informei o meu universo de pessoas que tem a minha amizade que deixara de ser independente agora que volto a essa feliz condição de ser livre públicarei a carta da minha renúncia por considerar ser o certo. Começa um novo caminho aprendi convosco que não devo desiludir nem iludir ninguém espero estar à altura deste novo desafio e quem sabe voltar a acreditar no vosso projecto. Aceito a vossa abertura mas sou desde hoje um simples espectador pois não pretendo intervir na vida do livre sou só mais um.

Muito reconhecido José Paz

CARTA DE RENUNCIA COMO MEMBRO DA ASSEMBLEIA DO LIVRE E DO PARTIDO LIVRE

-------- Original Message --------
Subject: Assembleia do LIVRE
From: José_Paz <paz.josefmarecos@gmail.com>
Date: Tue, March 11, 2014 11:41 am
To: LIVRE <info@livrept.net>



-------- Mensagem original --------
Assunto: Re: Documentos - Assembleia do LIVRE
De: José Paz <paz.josefmarecos@gmail.com>
Para: LIVRE <mesa.assembleia@livrept.net>
CC:

Pedido de renúncia como membro da Assembleia do Livre e também do Livre.

Exm.sr.es/as membros da Assembleia do Livre , eu José Fernando Marecos da Paz membro do Livre desde a sua Assembleia constitutiva ,venho pela presente carta pedir a apreciação ao meu pedido de renuncia de membro quer da Assembleia quer de membro do livre ,ficando assim apenas como apoiante do Livre.
Esperando que encontre por vossa parte essa aceitação , pelos motivos que passo a descrever e enumerar:

1- Não concordo com esta forma de fazer política ,ainda que possa aceitar a limitação de tempo para as eleições a que o programa apresentado e votado diz respeito e que são as eleições Europeias.
1.1- O programa apresentado sendo essencial na política para a Europa ,não responde à ansiedade e a degradação social da vida dos portugueses e dos europeus.
1.2- Não houve neste programa um debate concreto dos conteúdos nele contidos , sendo feitos e apresentados a emendas e depois votadas as emendas sem tempo de consulta e de estudo, votadas depois as emendas de forma pouco esclarecedora , tendo como na última reunião ficou provado muitos membros e apoiantes estarem a votar sem saber o quê, e como se provou num dos pontos de conteúdo ao qual foi dado tempo de leitura e nem se reparou num erro de texto ,e também pelas constantes perguntas de qual era a emenda.Será isto um exercício de democracia sério?
2 - Não concordo com o domínio de conteúdos programáticos que visam em essencial o funcionamento dos mercados ,das instituições europeias, das regulações bancárias e das dividas, do funcionamento e dos regulamentos do parlamento europeu , do funcionamento e criação de tribunais e normas de justiça, de questões de regulamentação de ecologia, e de emprego educação e fiscalização mas num resumo sem conteúdo sustentado e muito residual.
2.1- Não concordo com a fórmula de de utilização e apresentação escrita na construção dos títulos das propostas por palavras que representam uma certa arrogância e um poder que não temos e não está nas nossas mãos, e porque representam uma autoridade que não é própria de uma democracia verdadeira e que foi visível nas emendas a alguns títulos.
2.2- POR isso nas 101+1 propostas palavras como;revogar,excluir ,tirar,acabar, impor, punir, rejeitar,proibir, forçar, garantir, fazer,emitir,efectivar,eleger.....,devem assim ser antecedidas de verbos como:gerar ,criar,propor, realizar,elaborar,combater, defender,organizar,expor.......,e outros que alcancem um âmbito de vontade e do nosso crer ,mas que não nos aproximem das propostas fáceis e demagógicas que são um atentado a capacidade do ser humano de pensar e compreender,aparecendo em muitos casos ser destinadas a analfabetos sem qualquer consciência política.
3- Não há no programa qualquer proposta para resolver problemas imediatos causados por estas medidas de austoridade como os que passo a descrever e enumerar:
3.1-Harmonização fiscal tributária do I V A.
Em matéria fiscal sobre bens essenciais de consumo de primeira necessidade quer a nível energético ,quer de nível alimentar no contexto europeu. Porque razão o iva é mais alto em Portugal, que noutros países da Europa ,quando se exporta electricidade para Espanha. Porque razão um quilo de arroz é mais caro em Portugal que na Alemanha ,quando o nível salarial é um terço do auferido nesses país. Isto teria consequências efectivas nas populações de rendimentos reduzidos.
3.2- Regulação da indústria farmacêutica e do mercado do medicamento.
Quando em Portugal e por toda a Europa ,doenças como a tuberculose ou a depressão mental crescem, e os níveis sociais de acesso à saúde são cada vez mais restritos nos seus cuidados prestados às populações desfavorecidas, com países como Portugal que tem uma enorme dificuldade para adquirir medicamentos a preços verdadeiramente proibitivos ,e com as grandes multinacionais farmacêuticas a revelar lucros astronómicos, sabendo que muitas destas pesquisas de novos medicamentos são financiadas por muitos fundos governamentais, não é admissível que não se regule em favor da solidariedade estes escândalos do lucro fácil em torno da vida. Mais uma vez isto teria efeitos imediatos na qualidade de vida dos cidadãos.
3.3-Demografia e sustentabilidade da Europa.
Em face da desertificação das regiões menos industrializadas e mais interiores e desprotegidas ,que vão ficando despovoadas e votadas ao abandono as populações mais idosas sem condições de saúde e sustentabilidade dos seus bens patrimoniais deixados à degradação e à ruína e em suma de si próprias. Quando se calcula que em Portugal e na Europa em 2035 serão mais os velhos ( população idosa sem capacidade de trabalho) que os jovens em idade de actividade laboral , o que representa um problema de sustentabilidade social da nossa sociedade actual e vindoura, e que já hoje se faz notar com o abandono de aldeias inteiras ,o que demonstra a incapacidade de manter ou refazer esse repovoamento por parte dos governantes e do poder económico e político ,que tem por consequência a concentração das zonas litorais e periféricas de grandes cidades e capitais , aumentando em milhões de seres humanos a degradação das condições de vida o aumento de propagação de doenças, e a consequente marginalidade. Também aqui os efeitos de políticas correctas tem efectivamente melhorias emediatas na vida europeia.
3.4-Economia paralela e fuga aos impostos.
Em Portugal estima-se que a economia paralela se aproxima dos 50% ,na zona europeia que atinja os 60% da receita efectiva declarada.Este estado de economia mina e corrói o sistema económico de qualquer orçamento de estado ,que assim se vê obrigado a repartir uma receita incapaz de fazer face às suas necessidades de investir nos seus país,e fica com um défice de coleta de impostos .Como consequência desse défice recorre ao aumento de impostos sobre os salários e bens de consumo de primeira necessidade bem como de sectores de restauração e combustíveis ,que são a face visível duma falta de política que combata esta calamidade que destrói os valores de justiça ,solidariedade, e fraternidade da nossa sociedade. Assim também isto tem efeitos imediatos e efectivos na melhoria das condições de vida e na recuperação económica das famílias empresas e do estado de qualquer país e da Europa.
4- Como já vai longa a minha carta resta realçar um pouco do que sinto hoje em relação a minha tomada de decisão. Sou de família pobre e humildes trabalhadores rurais ,comecei a trabalhar aos 9 anos de sol a sol recebendo vinte e dois escudos e cinquenta centavos por dia ,andava descalço ,e vestia ou calçava roupa e sapatos que nos davam os nossos vizinhos dos filhos mais velhos que nós, nunca passamos fome e sempre honramos o nosso nome de família da qual se destacam grandes nomes da democracia como Jaime de Figueiredo deputado constituinte da nossa democracia e Leonardo Ribeiro de Almeida ministro do primeiro governo de Cavaco Silva. Sabendo o valor da palavra dada e da honra bem como o da dignidade ,consegui fazer a escolaridade obrigatória, chumbei dois anos na escola primária por isso terminei aos 14 anos e logo comecei a trabalhar em Julho de 1984 fiz o primeiro desconto para segurança social sobre um vencimento mensal de sete mil e seiscentos escudos. Se for vivi em Julho de 2014 farei trinta anos de trabalho . Vim para Lisboa e fiz das artes uma forma de vida independente ,por forma a garantir um vencimento certo que a vida das artes nem sempre garante fiz um curso profissional de motorista de taxi que conjugo com as minhas actividades de arraiolos de que dou aulas ,das feiras de artesanato ,da pintura, de teatro , de fadista e de autor independente e promotor de espectáculos .Se me perguntarem se ganho muito ou pouco , apenas digo que durante estes trinta anos nunca recebi um cêntimo de subsídios que fossem de saúde ou desemprego quer de âmbito culturais na qualidade de autor a que tenho direito consagrado na nossa constituição.Sou independente e contra os subsídios, porque eles são a factor de corrupção dos valores do trabalho e do mérito ou capacidade intelectual, sendo muitos deles atribuídos por favores e lóbi envoltos em intereses que não os culturais. Quando aderi ao Livre foi com a esperança que se devolve-se a democracia ao povo português que luta todos os dias para pôr o pão na mesa. E que tal como eu se levanta as 8h para ir trabalhar e regressa as 23h e ainda assim tem de escolher em comer um bife ou posta de peixe ,para poder dar uma refeição digna aos filhos, ou para pagar um bilhete de um qualquer museu a fim de lhes poder dar um mínimo de educação e cultura ou até de lazer.É com desilusão e alguma magua que pretendo desistir do caminho que iniciei desiludindo os companheiros que me confiaram o seu voto. Mas são valores meus a honra,lieldade, dignidade, justiça e liberdade, por isso votei a lieldade que está contida nos estatutos do Livre. Com a consciência a que a lieldade e a ética me obrigam enquanto membro da Assembleia do Livre. Conclu-o que podendo ser uma voz contestatária e até incómoda ,não devo permanecer nessa função ,limitando-me ao lugar de apoiante em que a minha independência da estrutura do Livre me permite uma maior liberdade de palavra.Assim deixo a vossa consideração, mas tal como Salgueiro Maia que confiou a vida à liberdade e ofereceu o corpo às balas com convicção, também eu o faço por minha convicção de que a democracia deve servir o povo e não o povo servir os seus representantes.Quando digo que sou do povo refiro o conceito criado por uma determinada elite que nos definem como os não qualificados ou profissionalisados ,como se fosse defeito ser trabalhador não técnico ou licenciado,e por tal nos culpa da baixa produtividade do país ,mas ainda não percebeu que o problema está na indústria e nos seus patrões que apostaram nos baixos índices de tecnologia e nos baixos níveis de profissionalização, bem como na precarização e nos baixos salários do trabalho. Antes recuso a ideia de ser um analfabeto ou ignorante por ter a escolaridade que tenho e não um curso técnico ou licenciatura baseado em corrupção de favores e lóbi de influência como os que se conhecem ultimamente.
Agradecendo a vossa amizade e companheirismo ,a vossa dedicação e o vosso empenhamento pelos valores da verdadeira democracia ao serviço de Portugal e da Europa me despeço com consideração. Uma frase de minha autoria tem regido a minha vida com ela fecho esta carta ,ficando a aguardar a vossa resposta com estima e gratidão.

<<Cada um tem o que merece ,eu mereço o melhor ,por isso luto e vivo todos os dias.>>

Saudações José Paz
(Nota-por consideração não irei publicar esta carta no meu blog e no meu facebook enquanto não receber a vossa resposta ao meu pedido.)

Bom dia...