Os Corvos

Reza a História que S. Vicente têm em Lisboa a sua estadia , porque os Corvos se abeiraram da Caravela que transportava o seu corpo e que segundo os Monges que o acompanhavam estes creram que este seria o sinal onde deviam erguer um Mosteiro ao Santo e aí fazer sua morada eterna .
Se recuarmos ao tempo da segunda guerra mundial quando a torre de Londres foi bombardeada os Corvos que aí residiam fugiram , passada a guerra Winston Churchill , ordenou que se capturassem Corvos para devolver estes pássaros místicos à Torre de Londres, no que vale lembrar que Winston Churchill foi indiciado numa ordem Druidica .
Mas neste aparte da mística , cabe ainda lembrar que muitos dos antigos Presidentes da Câmara de Lisboa têm sido quem sabe protegidos por a sombra dos Corvos e ascenderam às graças do povo e do País .
Há no entanto também aqueles que não foram protegidos na sua ascensão ao poder .
Mas olhando o significado deste passado e as místicas do Corvo , este significa não só a guerra e destruição , como também a cura e reestruturação ou reconstrução .
No seu interesse misterioso podemos sempre olhar como uma ruptura entre o antes e o caos , e o agora e a nova ordem .
Assim manifestar a nossa intenção e disponibilidade para o seu facto e consenso político para uma futura união e o objectivo de haver uma paz e estabilidade futura na vida de Portugal .
No entanto devemos manter-nos atentos a uma nova formação de intenções para um goverdo de centro direita , com um bloco central a governar o país , este por sinal feito na social democracia que cada vez têm menos de social e menos de democracia , e é cada vez mais capitalista e liberal .
Na incerteza caminhamos neste tempo de pressupostos , que mais não representam que interesses instalados e a vir a ser reforçados por monopólios cada vez mais acentuados nos sectores vitais da economia e soberania de um país .
Vejamos atentamente o desenrolar dos pergaminhos que nos revelaram a doutrina que estes pressupostos guias do novo rumo , têm para nos desvendar .
Acredito na mística e olhando atento tentarei ser a atenção a iniciação e a profecia sábia dos tempos vindouros , e a sombra presente do Corvo .

                    José Paz
              Texto do autor
       Lisboa 29 / 09 /2014

Vamos Esperar ou Desesperar

Considerando o poder da informação dos média , a influência dos comentadores , a predominância da imagem e a tendência das previsões , não teria-mos por certo de nos preocupar com as Eleições , para o pressuposto candidato a primeiro ministro , isto porque não vá o tiro sair pela colatra e nenhum dos propostos ao suposto cargo , alcançar o objectivo proposto em pressupostos fins que não correspondem de todo à realidade dos factos .
Mal não vem ao país que tais pressupostos , por si só possam desencadear uma desenfreada correria aos militantes e simpatizantes , que oriundos de todos os quadrantes políticos se propuseram a eleger os pressupostos candidatos , à triste condição de preferido ou preterido , ou se quisermos à realidade de vencedor e perdedor .
Acontece como sempre que a História é boa conselheira , assim saibam os interlocutores interpretar as suas intemporais lições .
Longe vão os anos em que os adversários se propunham ao duelo à espada como no tempo da primeira República , ou já no século XX com o desafio do já desaparecido Dr. Candal , candidato por Aveiro que não temeu um duelo de esgrima com o então novo Dr. Paulo Portas também ele candidato por Aveiro e ambos acabariam por ser eleitos sem que se realiza-se o dito duelo .
Muito mais longe vão os tempos de grandes homens , os gladiadores fazerem os seus combates perante um anfiteatro repleto de mentes desejosas de eleger o seu herói ou melhor o seu Deus de carne e osso , errante e sofredor como todos os seres mortais .
Se isto é verdade , também não deixa de ser verdade que os pressupostos a eleger não são mais que um reflexo dos anfiteatros modernos desprovidos da razão e do bom senso , que só mentes desejosas de uma futura ascensão aos divinos corredores do poder faz de tais homens exemplos modernos do pior da humanidade .
Passado o espectáculo , muitos dos espectadores se interrogaram que foi que viram de tão espectacular que represente um significativo desenvolvimento nas suas vidas , e por certo desejaram novos espectáculos porque este não satisfaz os seus egos de heróis .

            José Paz
      Texto do autor
Lisboa 28 / 09 / 2014

O Pedido de Desculpas ou Ausência de Desculpas

Já escrevi aqui sobre a Reforma da Justiça , mas convém reafirmar o que disse antes .
Tal como numa equipa de futebol , quando os jogadores são maus , ou simplesmente não jogam , ou não querem jogar o jogo , o treinador pouco o nada pode fazer , ou muda os jogadores , ou o mais certo é ter de assumir a derrota , e com os resultados obtidos admitir que falhou os objectivos e assim por consequência pedir a demissão .
Pode a Sra: Ministra ou o Sr: Ministro assumir o erro , pedir desculpas , disponibilizar-se para fazer as devidas averiguações , fazer auditoria , ou inquérito de avaliações , que nada muda , ou nada se alterará de futuro , sem que seja exigidas responsabilidades de hierarquia estrutural do seus Ministérios .
Pode pedir-se a demissão de todos os ministros , do Governo e até do País , que nada muda enquanto o sistema instalado permita que as culpas de incompetência e irresponsabilidade não sejam devidamente auditadas e afastadas as pessoas dos cargos públicos que ocupam ao nível intermédio da gestão do Estado .
Este simples afastar um director de serviço por responsabilidade de falhas em determinado campo de acção política , com a consequente colocação num outro qualquer gabinete com o mesmo vencimento e sem qualquer perda de regalias não serve nem a verdade nem a transparência e tão pouco serve o país e os cidadãos .
É pois preciso que de uma vez por todas haja a coragem de fazer as devidas reformas do sector Estado e afastar da gestão pública todo o gestor que seja culpado por incompetência na função de um cargo público .
Assim é urgente que em Portugal se faça um exercício de renovação política que escolha da sociedade os seus melhores cidadãos independentes e altruístas nas melhores áreas da sociedade civil , e que se dê lugar a uma classe política assente no dever de cidadania activa e participativa , sem qualquer  promiscuidade de interesses privados e corporativismo de sectores económicos ou sociais .
A liberdade de um povo conquista-se pelo direito democrático livre de participação na vida política de uma sociedade e de um país , nos seus valores fundamentais da justiça , da igualdade , da solidariedade e da paz .

                José Paz
            Texto do autor
Lisboa 24 / 09 / 2014

O Princípio Demagógico do Populismo

Foi avançada a reorganização da justiça , depois de uma consulta pública , depois de uma aprovação governamental , depois de muita polémica e de muitas contradições , e ainda depois de muitos a favor e de muitos contra .
Decerto não é esta reorganização do agrado de todos . Como também não é favorável a todos nem proporcional a todos .
Assim haverá falhas , como também haverá necessidade de adaptações , e ainda situações a ser corrigidas .
No entanto parece ser de um consenso geral a necessidade de reformular e adaptar a justiça à real capacidade de gestão da mesma .
Pode-se gostar mais ou menos , mas não se pode fazer o jogo do gato e do rato , mostrando defeitos e não apresentando soluções .
É critério das oposições fracas sem capacidade de liderança , lançar a desconfiança , procurar criar o descrédito , enumerar problemas , mas fugindo sempre a uma apresentação credível de alternativas .
Isto é o que se passa à muitos anos neste país , e percebemos que a verdade aparece mais cedo ou mais tarde sempre evidenciando as fraquezas de uns e outros .
Um governo apresenta sempre um diagnóstico referente ao passado , como desculpas para o falhanço das suas medidas implementadas , alvitra sempre como fracasso de um programa as dificuldades criadas por uma sucessão de erros do passado , e que são causa-efeito de resultados menos positivos ou mesmo negativos da sua gestão .
Não é isto novidade nem motivo de admiração , muito menos se reflecte no dia a dia do comum dos cidadãos , ainda que seja também comum a crítica e a revolta no discurso que se faz quer de uns e outros dentro e fora do sistema político .
E o que é o Sistema Político ?
Esse é o problema , que muitas das vezes não encontra resposta nem nos livros , nem na teoria , nem na retórica , isto porque a resposta está na prática , no permanente participar activo na política .
Escolhe cada um a fórmula e o curso , bem como o sentido do sistema este favorável a um permanente existir dilatado no tempo , ou em concreto , servindo um determinado tempo .
Mas não deve ser isto entrave para que se alcance uma estabilidade de um sistema político , este que terá sempre influência e confluência de fontes alimentadoras da sua manutenção .
Ora querendo ou não , é por demais evidente que o sistema está viciado , faça o que se fizer os caminhos estão em conformidade com um núcleo de atracção , que mantém sobre si todas as virtudes de unir as energias , positivas e negativas , mas que sustém a força do núcleo no seu funcionamento , e que posteriormente se dispersam por um universo indeterminado de espaço e tempo .
Vem isto no propósito político enunciado pelos dirigentes do PS , agora polos opostos , mas atraídos no magnetismo do núcleo do sistema , cumprindo por iniciativa estrutural o princípio unificador do núcleo , por forma a sustentar a base de influência , que permitirá a dispersão no universo político da mesma ciência de base constitutiva da unidade de governo .
Mas pasme-se o cidadão porque é o mesmo convidado a participar no sistema , isto através do voto este pressuposto de verdade democrática electiva e selectiva .
Agitam-se as bandeiras demagógicas , pois ambos os polos se unem no absurdo inimaginável de defenderem a reposição de todos os tribunais fechados e a reconstituição do sistema desmantelado , e unicamente com um critério , fazer justiça com injustiça .
É pois notório que a irresponsabilidade , a vulgaridade , a imaturidade , a inconsequência , a desonestidade , e tudo mais que se queira adjectivar , está na fórmula pensada e consumada de um sistema democrático ausente da sua génese construviva de democracia ao serviço do povo e do país na manutenção de uma sociedade justa e equitativa .
Leia-se ausência de sentido de serviço público e democrático .

        
             José Paz
      Texto do autor
  Lisboa 3 / 09 / 2014