terça-feira, 10 de junho de 2014

No Limiar Da Pobreza Intelectual

Quarenta anos volvidos eis que estamos enfim presentes sobre o maior retrocesso da educação de um pais , e da sua capacidade de autosuficiência produtiva e económica  . Em 1973 a capacidade produtiva de Portugal era superior a toda a Europa e a quase todo o mundo situando-se em cerca de 9% ao ano , no ido ano de 1970 tinha sido introduzido o 13 mês , o turismo representava um valor de 30% das exportações portuguesas , terminava assim o período de ouro de Portugal que ao abrir-se à economia mundial enfrentou realidades destintas de conhecimento e desenvolvimento global , avizinhava-se a contestação , os movimentos estudantis , os movimentos populares , as contestações militares , a descolonização do vasto e desgastado império português .
Quem ensinou esta classe política o que era Portugal antes do 25 de Abril de 1974 , como era , quem é o seu povo desde o Algarve ao Minho , da Madeira e dos Açores , e claro do que foram as colónias e quem foram os milhões de portuguêses que foram abandonados , despojados , vilipêndiados , recebidos em Portugal como refugiados , quando na verdade eram tão portugueses quanto os que cá estavam , os militares e famílias destroçados por uma guerra sem pátria , que nunca lhes devolveu a dignidade da vida perdida.
Se no famoso triunvirato dos três generais reunidos em Santarém nos idos de 1923 de onde surgiu o nome do promissor professor Oliveira Salazar para fazer pela primeira vez parte do governo que sairia dessa reunião o sr Dr. Desconhecido viria por fim a assumir em 1926 o destino da Nação e da qual resultaria a ditadura até  1974 .
Não serviu pois a ditadura para os portuguêses , afinal no seu melhor e pior pesa na balança , a criação de escolas , de hospitais , de tribunais , por todo o país , o incentivo ao trabalho , ao cusumo do que é pruduzido no país , a um desenvolvimento crescendo de indústria e à não entrada na segunda guerra mundial , no sentido oposto uma repressão do conhecimento , uma repressão na industrialização , uma concentração dos latifúndios , os baixos salários , o acesso reduzido à escola e às universidades , a senssura , a perseguição , e uma guerra sem fim , que consumia vidas e dinheiro , que levou milhares mesmo milhões de portuguêses a imigrar .
Assim fez-se um 25 de Abril também ele nascido em Santarém , grande cidade de idiais republicanos , e o que foi feito ao longo destas quatro décadas.
Desmantelamento do país do progresso , na cultura instalou-se a estupidificacão da sociedade com uma programação da mais baixa moralidade , e instruísse a sociedade jovem na ideia do valor reduzido da vida , da família , da escola , do trabalho , criou-se a ideia do fácil ,do dinheiro sem identidade , sem valor , sem mérito , tendo até existido a ousadia de trazer um pelintra qualquer a fazer crer aos jovens e à sociedade que vendendo pipocas numa qualquer superfície comercial se podia conseguir construir um futuro , pior esqueceu-se de dizer que um metro quadrado pode custar 250€ o que muitos tem para comer num mês inteiro ,sabendo que têm de trabalhar 22 dias para ganhar 485€ , mais grave é saber-se que tal representa uma afronta a todos os que fazem um esforço durante anos para conseguirem formar os filhos , e vêem estes vendedores de ilusões , contratados por outros iludidos doutores da intelectualidade moderna , trazer ao país a face oculta da corrupção dos valores morais , culturais , e cívicos de uma sociedade desenvolvida , e que não pode estar a ser governada por uma elite cosmopolita , que vive rodeada de uma corrente de favores que minam toda uma sociedade e todo um pais , e toda uma Europa .
Algum sr deputado ou membro do governo sabe quais a capacidades agrícolas das planícies Alentejanas , ou das terras Mirandesas , ou da região mais rica do vale do Tejo , algum daqueles doutores sabe quando se apanha a azeitona Vidigueira , ou em Mirandela , algum daqueles economistas sabe quanto custa um quilo se pêras na Estremadura , ou um quilo de figos no Algarve , algum daqueles engenheiros sabe quanto rende um rebanho de ovelhas na Beira Baixa , ou a produção de uma vacaria nos Açores , algum destes sociais democratas sabe quais as necessidades dos idosos de Bragança ou dos da Ponta do Sol , sequer sabem onde vivem os Nabantinos , ou os Albicastrenses . São sem dúvidas eleitos por todo um povo sabem que vivem em Portugal , que há um rio que passa em S. João das Areias , e outro em Avô , que há uma serra e um vale , que há sobreiros no Alentejo e Castanheiros em Trás-os-Montes , mas na verdade são licenciados em regalias e subsídios , são mestrados em gabinetes e acumulação de cargos , doutorados em vencimentos e pensões vitalícias , e sabem que da justiça dos pobres não padecem os ricos .
Mas para que saibam hoje o poder de compra de um português é inferior em 40% ao que tinha em 1970 , que a taxa de imigração e idêntica à da década de 70 , que a taxa de desemprego é superior em 14% à de 1970 ,  que neste ano os Aba lançavam a canção com o meu nome e que em 1974 eu tinha 4 anos comia papas de minho , bebia leite tirado do balde da ordanha da cabra com as velhas canecas de esmalte , dormia em cima da palha de milho que alimentava a vaca , comia a brendeira quente saída do forno com azeite ou mel , que não havia televisão , nem frigorífico  , mas havia um grande alfobre de alimentos e uma salgadeira cheia de carne coberta de sal , um talha de barro cheia de azeitonas e outra de alumínio cheia de azeite , um fumeiro tapado de chouriços de farinheiras , morcelas ,que podia correr livre , deixar a porta aberta , e ter um colo para me adormecer .
Havia acima de tudo gerações que se completavam e se ajudavam e respeitavam , havia serões cantados e chorados , mas havia um sonho havia um Portugal a nascer para uma vida nova de esperança e paz.
Assim quando olho para os nossos governantes e políticos , olho para o meu país interior aquele que eu vivi , e para o que hoje vivo e ninguém me convence de que estamos melhor , porque só pode estar melhor quem governa para si e para os seus e não para o país .
Defino assim a nossa elite politica e cosmopolita na frase seguinte que não é mais que a visão de um poeta romântico que ainda acredita na verdade da democracia . 
Digo << são como ovelhas tresmalhadas vagueando em campos baldios , e que ao passarem espalham as sementes daninhas em terras férteis , por mais que comam não engordam porque delas se alimentam os parasitas que as fazem ser meras ovelhas ranhosas , caminham sem rumo porque lhe falta o bom pastor .>>>

         José Paz
Texto de autor
Lisboa 10 / 06 / 2014

Sem comentários:

Enviar um comentário

Bom dia...